A Advocacia é uma profissão milenar, com provas dadas em vários momentos da história do mundo e muito concretamente na história do Portugal moderno
A Advocacia é, como sabemos, parte essencial na aplicação da Justiça.
É a única profissão que tem custódia constitucional, quer por via direta, enquanto direito dos/as cidadãos/ãs em geral de se fazerem representar por Advogado/a junto das instituições públicas e privadas, quer enquanto parte integrante do Tribunal.
A Advocacia é pois uma profissão milenar, com provas dadas em vários momentos da história do mundo e muito concretamente na história do Portugal moderno, em que não raras vezes Advogados e Advogadas foram pessoalmente perseguidos por via da profissão que exercem e na defesa dos direitos liberdades e garantias dos seus clientes.
Contudo, a temporalidade e a essencialidade trazem por vezes algum comodismo, e a Advocacia acomodou-se ao seu status, à sua importância e não tem sabido reinventar-se.
E hoje, no tempo do imediatismo, a Justiça tornou-se aos olhos de muitos uma instituição pesada, antiga, lenta, burocrática e sem sentido prático, e por via disso, a Advocacia também começou a ser vista como uma profissão com dificuldades em adaptação a estas novas exigências.
A Ordem dos Advogados, melhor que ninguém, pode atestar a qualidade dos seus membros e poderá fornecer ferramentas essenciais ao exercício da profissão, em concorrência com outros profissionais que não têm as limitações estatutárias que a Advocacia tem.
Nada mais falso, digamos, porque a temporalidade da Advocacia mostra, isso sim, que esta tem sabido adaptar-se a todas as realidades, e o imediatismo e a comercialização das profissões não será exceção.
Com a alteração estatutária que temos já aprovada e sobretudo com a profunda modificação da Lei dos Atos Próprios de Advogados e Solicitadores, a Advocacia será obrigada a tomar o seu lugar no tabuleiro do jogo das profissões.
De agora em diante, sempre com o respeito pelos princípios norteadores da nossa profissão, mas com o olhar no futuro, a Advocacia terá que se reinventar e reafirmar-se como essencial na aplicação da Justiça. Para isso devemos ocupar espaço no novo panorama da Justiça, mostrando sempre que somos um pilar que não é passível de ser removido dos Tribunais ou de outros meios e formas de resolução de litígios, e que estamos preparados para fazer mais e melhor.
A Ordem dos Advogados é uma instituição parceira da Justiça, sabe identificar as suas necessidades e ajuda a que os/as cidadãos/as portugueses/as tenham mais e melhores serviços jurídicos. Contrariando a prática governativa, temos de demonstrar que os profissionais inscritos na OA são uma chancela de qualidade e segurança que não se obtém em nenhum outro profissional e que vão estar preparados para representar os cidadãos/ãs em todas as instâncias.
A/o Advogada/o é um profissional altamente qualificado, com regras deontológicas que o impedem de “vender” simplesmente os seus serviços, mas que tem na Ordem dos Advogados um parceiro que poderá e deverá publicitar as características, qualidade e segurança desses serviços.
A Ordem dos Advogados, melhor que ninguém, pode atestar a qualidade dos seus membros e poderá fornecer ferramentas essenciais ao exercício da profissão, em concorrência com outros profissionais que não têm as limitações estatutárias que a Advocacia tem.
Assim, além de uma profissão de futuro, teremos que ter uma Ordem dos Advogados de futuro, investida em proporcionar à Advocacia o que de melhor existe atualmente, para que assim possamos, todos e todas, exercer a nossa profissão de igual para igual, sem medo de concorrer com quem não está preparado como nós para representar os interesses dos cidadãos/ãs.
E nem sequer precisamos de querer “vender” o produto “Ordem dos Advogados” como um produto de excelência, porque os parceiros que connosco já interagem, como os juízes, procuradores, funcionários judiciais e instituições públicas e privadas, sabem que somos um ativo de confiança.
Basta atentar na forma como gerimos e garantimos o serviço público de acesso ao direito, onde a Advocacia mostra todos os dias que é séria, de confiança e altamente qualificada.
A Ordem dos Advogados terá “apenas” que ser capaz de garantir que a Advocacia ocupa o seu lugar na prestação de serviços jurídicos e proporcionar aos seus associados/as acesso às melhores ferramentas, sejam elas tecnológicas ou não, porque o futuro não se fará sem inteligência (artificial ou humana).