O primado da Advocacia é indissociável das normas, princípios e valores que Estatutariamente vinculam todos quantos queiram exercer tão nobre e digna função profissional e social, ao serviço da Justiça, Verdade e Legalidade.

Mas tal premissa só fará sentido se intra pares formos capazes de nos reconhecer aptos a identificar, ajuizar e por vezes expurgar por via da censura ética e da disciplina, aqueles comportamentos que, sendo de alguns, a todos afetam negativamente de forma reflexa.

É esse uma vez mais o desígnio com que este grupo de colegas se apresenta ao sufrágio dos demais, do universo de Advogados do Conselho Regional de Coimbra da OA, para o triénio 2023-2025, correspondendo a uma ideia de continuidade do trabalho desenvolvido no último triénio, posto é de todos o sentimento de que melhor ainda pode ser alcançado.

Sem qualquer pejo podemos assumir que esse trabalho, não obstante as contingências decorrentes da pandemia, foi pautado pelo esforço gracioso e dedicado de um conjunto de colegas de vários pontos da nossa circunscrição que, sem qualquer alarde ou vaidade, mas com muito afinco e sentido de responsabilidade, assumiram a difícil tarefa de julgar os seus pares.

Sempre na busca de um sentido colegial de justiça para as queixas reconhecidamente merecedoras de tutela, mas também protegendo com decisões justas os colegas de muitas iníquas e infundadas dessas queixas, assim também reduzindo as pendências disciplinares, o que tantas vezes é fonte de descrédito ante a morosidade processual, que em grande medida se prende com a falta de meios informáticos para que possamos atingir uma mais célere tramitação processual, com a necessidade de revisão estatutária tendo em vista a agilização e adequação do processo disciplinar e com a falta de autonomia financeira dos Conselhos de Deontologia pondo fim à dependência económica deste órgão.

Ainda que os tempos próximos possam ser de incertezas ou convulsões legislativas, que ponham em causa a função disciplinar dos Conselhos de Deontologia, este é ainda o tempo de nos afirmarmos como donos do nosso destino enquanto classe, no que tange à Deontologia e autorregulação na sua dimensão Ética.

É a isso que nos propomos porque nisso acreditamos!