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IDOSOS: COMO EVITAR SER BURLADO E COMO PROCURAR AJUDA

 

Ser idoso traz sabedoria, diz o povo, mas também vulnerabilidade. Afinal, o mundo evolui cada vez mais depressa e, na era da internet, a informação corre rápida e é difícil estar a par de tudo o que muda. Muitas pessoas de idade ficam na situação de poderem ser enganadas, desde a mudança de contratos de serviços que não pretendiam fazer, até serem induzidos a fazer compras a pensar que estam a receber um prémio de um concurso. Neste artigo, chamamos a atenção para as principais burlas e fraudes que visam sobretudo os mais idosos e damos algumas dicas de como se proteger e evitar esse tipo de situações.

 

Contactos porta a porta

  • Desde há uns anos, com a liberalização da comercialização de serviços como a eletricidade e o gás, é normal sermos abordados em casa por forças de vendas que nos propõem um contrato com melhores preços.
  • Pode acontecer que, na expectativa de conseguir mais um contrato, haja vendedores menos escrupulosos que ao invés de se identificarem como sendo de uma empresa concorrente se fazem passar pela prestadora de serviços da vítima e anunciam estar a fazer uma renovação ou alteração obrigatória de contrato, resultando num contrato novo com outra empresa que até pode ser mais caro do que o que esta já tinha.
  • Também pode haver criminosos que se fazem passar por funcionários de empresas de comunicações, eletricidade, água, etc. mas que são, na verdade, falsos funcionários que através dos mais diversos argumentos tentam extorquir dinheiro aos idosos ou que pedem para aceder às casas e, assim, praticar roubos.
  • Este tipo de burlas pode acontecer com os mais variados produtos, desde seguros de saúde, venda de medicamentos, aplicações financeiras e até prémios de concursos que não existem.

Contactos via telefone, email ou sms

  • De igual forma, pode receber contactos via telefone, email ou sms que se apresentam ou aparecem como sendo de bancos ou de empresas como as referidas anteriormente, mas que são na verdade entidades falsas ‘mascaradas’ para parecerem verdadeiras.
  • Este contactos servem para pedir dados pessoais ou bancários, palavras-passe, códigos de cartões e outro tipo de informações e, ainda, para pedir para aceder a links ou sites que, depois, permitem praticar ações ou movimentos em nome da vítima. Também podem servir para realizar novos contratos de serviços uma vez que a concordância verbal da vítima é registada em gravação e válida em termos formais.

Falsas emergências familiares

  • Atualmente já é bem conhecida a burla do “Olá, Pai/Olá, Mãe”, ou seja, as situações em que alguém recebe uma mensagem, supostamente de um familiar ou amigo, que se apresenta como estando a precisar de ajuda, normalmente financeira, e em que solicita o envio de dinheiro por meios eletrónicos.
  • Uma variante desta burla pode acontecer presencialmente, quando um criminoso se apresenta em nome de um familiar ou amigo e que, em nome dele, invocando uma situação de emergência, solicita dinheiro ou um bem de valor para ‘ajudar’.

Cuidados a ter

  • Há várias formas de se proteger deste tipo de burlas, começando sempre por pedir para verificar a identidade dos pretensos funcionários e tomando nota dos seus dados.
  • Em caso de vendas e de propostas de troca de contratos de serviços, deve optar-se sempre por ir a uma loja física ou dizer que se está ocupado, pedindo para que voltem quando estiver acompanhado por alguém que possa ajudar a verificar os documentos apresentados.
  • Em caso de forte dúvida, nunca se deve assinar sem ter lido todos os dados dos documentos, nunca se deve passar os documentos pessoais para as mãos de terceiros e pode pedir-se para que deixem ficar os documentos por umas horas para ler e decidir.
  • Deve duvidar-se de propostas ‘boas demais para serem verdade’ e nunca decidir com pressa – normalmente estes falsos funcionários apresentam as propostas como irrecusáveis mas dizem que caducam se não se decidir ‘na hora’, o que é um forte final de situação enganosa.
  • No caso de abordagens por técnicos de empresas para fazerem uma verificação, deve-se desconfiar sempre, uma vez que estes serviços são comunicados pelas empresas, com antecedência, por escrito ou com avisos colocados nos prédios, sempre em documentação oficial. Na dúvida, o melhor é fechar a porta (ou não abrir) e ligar para os serviços técnicos a confirmar que está mesmo prevista uma intervenção.
  • Por fim, deve ter-se sempre presente que nunca se deve dar dados pessoais, palavras-passe ou códigos, em nenhuma circunstância. As empresas verdadeiras não os pedem.
  • No caso das burlas com falsas emergências familiares, devem combinar-se estratégias com família e amigos que permitam confirmar a identidade, por exemplo, com recurso a um conjunto de perguntas que apenas os envolvidos conheçam. No limite, pode-se sempre telefonar para essa pessoa e confirmar que é mesmo quem diz ser.

Procurar a ajuda de um Advogado

  • Se o pior acontecer e cair numa situação fraudulenta, procure aconselhamento jurídico.
  • Um Advogado pode ajudá-lo a escolher a melhor forma de abordar o problema, seja a saber a quem se dirigir, a exigir o cancelamento de um contrato que não teve intenção de realizar, seja a obter a devolução do seu dinheiro ou a apresentar queixas – por roubo, por burla, etc.

 

 

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