Paulo Soares de Aguilar é Advogado há mais de 43 anos e aprendeu a profissão com os Colegas mais ‘antigos’ que escreviam as suas minutas e peças à mão, com belas canetas de tinta permanente. Desde então, é um apaixonado pela escrita e pelos seus objetos, sobretudo pelas canetas de aparo que ainda usa para escrever as suas peças jurídicas – a informática, que também utiliza, vem sempre em segundo lugar.
A paixão por canetas de tinta permanente fez com que fosse colecionando várias ao longo da vida e da profissão, objetos de escrita que não são meros artigos de exposição mas, sim, peças que usa todos os dias no seu trabalho e na vida pessoal. Conheça a sua história!
- Como começou o seu interesse por canetas de aparo?
Desde que me conheço a exercer a Advocacia, já lá vão mais de 43 anos, que sempre me interessei por instrumentos de escrita. Comecei a minha vida profissional (estágio), num escritório da baixa de Lisboa, na Rua Augusta, que pertencia ao patrono, também meu familiar, frequentado por Colegas, mais velhos e pessoas muito experientes.
Habituei-me a observar os Colegas, a elaborar as suas minutas e peças, sempre utilizando as suas magníficas canetas de aparo, das mais diversas marcas, com particular incidência para as Parker e Sheaffer – talvez, as mais vendidas nas Papelarias, ‘Fernandes’ e nas outras, da Rua (Áurea) do Ouro. Tudo o que me fascinava muito e ainda fascina.
Foi no fundo, a confirmação do meu gosto pela escrita, que se mantém até hoje, não obstante, os meios informáticos que todos temos à disposição. Ainda hoje as minhas peças são escritas com caneta de aparo e depois processado o texto no computador. Não posso deixar de salientar igualmente, as cinco Parker 51 que me acompanham no dia-a-dia. Excelentes, para mim talvez umas das melhores.
- Como e quando começou a sua ‘coleção’?
Desde muito novo. Já na Faculdade de Direito de Lisboa (final dos anos 1970), sentia admiração pela escrita. Mais tarde, já Advogado, pude finalmente adquirir canetas, gostando muito da marca Parker, podendo destacar a Parker 180 (naquela altura utilizada por muitos Colegas) e também a Parker 75, tendo duas fantásticas na minha coleção, uma [modelo] Ciselé e outra de ‘Resina Preta’ – simplesmente fantásticas. Ainda hoje, tenho na minha coleção uma Conklin, talvez dos anos 1940, que pertencia à minha falecida Mãe e que mandei restaurar.
- Descreva os aspetos mais interessantes da sua coleção (quantidades, marcas/origens mais relevantes ou originais, etc.).
Para além do que já referi, a marca Pelikan não pode passar despercebida. Tem sido alvo do meu interesse, embora não de topo de gama, mas sim pelos modelos 200 e 400. Foi também por intermédio de um Colega e grande amigo que tenho na minha coleção uma bonita [modelo] 400 Tortoiseshell (casca de tartaruga), simplesmente fantástica.
- Partilhe alguma(s) história(s) particular que tenha vivido por se interessar por este tipo de objetos.
Por vezes, os restauros de canetas antigas levam-nos a um mundo novo e a pessoas fantásticas. A minha Parker 75 Ciselé, depois de chegar de Inglaterra foi até aos Países Baixos, para as mãos da Anabelle Hiller, que é a Nib Master [especialista em afinação de aparos] de uma conhecida empresa de venda de canetas. Um trabalho fantástico e um aparo muito suave. Também em Inglaterra, o Sr. Rajeewa Perera, proporciona restauros fantásticos.
Um dia, por coincidência, consegui contactar o então representante da Pelikan, que na altura tinha escritórios no Porto e que ao que parece, também representava Espanha. O resultado foi a oferta dos Pen Stands [suportes para caneta, no caso, na forma de pelicanos, símbolo da marca) que constam das fotografias que junto. Fantásticos.
Perfil
(1955), Paulo Soares de Aguilar é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Advogado (Cédula Profissional 5160L), com inscrição desde 16 de setembro de 1982, tem exercido em Prática Individual, acumulando mais de 43 anos de Advocacia, essencialmente na área cível e, há pelo menos 30 anos, no âmbito do dano corporal e em matérias relacionadas com acidentes de viação. Tem integrado Comissões Arbitrais, com vista à reparação do dano corporal de lesados e é associado da APADAC – Associação Portuguesa de Avaliação do Dano Corporal.
|
DISCLAIMER Esta rubrica pretende dar a conhecer atividades desenvolvidas por Advogados, para além da Advocacia. No entanto, estes artigos não representam, por parte da Ordem dos Advogados, qualquer tipo de endorsement das marcas, produtos ou empresas mencionadas pelos participantes. |
|
QUER FAZER PARTE DESTA RUBRICA? Partilhe connosco as histórias do que o fascina, para além da Advocacia. Pode ser um passatempo, uma coleção, uma atividade lúdica, artística, social ou desportiva, ou até um talento artesanal ou interesse empresarial. Envie-nos a sua história para boletim@oa-cg.pt e entraremos em contato para mais detalhes. |


